O edifício Syene Corporate, projetado pelo escritório Caramelo Arquitetos Associados, será construído em um terreno de 8.106 metros quadrados, localizado no novo centro de negócios de Salvador.
Todos os envolvidos no projeto trabalham para que a edificação receba o selo Alta Qualidade Ambiental (Aqua), certificação para construções sustentáveis desenvolvida pela Fundação Vanzolini a partir do processo francês Démarche HQE.
Até o final de junho, o Syene Corporate já havia passado pelas auditorias de programa e de concepção, sob a consultoria da empresa ProActive.
Devido a sua localização em área com acelerado processo de verticalização, uma das primeiras ações na etapa de desenvolvimento dos projetos foi buscar a adequação ao entorno, de forma a reduzir o impacto visual e o sombreamento de prédios vizinhos.
Estudos identificaram o caminho percorrido pelo sol em diferentes estações do ano, sua incidência, as áreas mais expostas e as mais sombreadas.
Os resultados nortearam a implantação da torre na extremidade voltada para a via principal, a marginal da avenida Tancredo Neves.
No lado oposto, de frente para uma rua secundária, a alameda Salvador, estará o bloco do estacionamento e centro de convenções.
O estudo volumétrico esquemático, para a definição de materiais de revestimento das fachadas, baseado em estudo de carga térmica, foi desenvolvido pelo arquiteto Frank Caramelo.
Consiste, segundo ele, na análise dos impactos de sol e ventos durante o equinócio e solstícios de verão e inverno sobre a construção, auxiliando na escolha mais adequada dos revestimentos e, consequentemente, resultando em uma construção mais eficiente e confortável para o usuário.
Com base nessa avaliação, definiu-se que a melhor opção para o Syene Corporate seria o misto de fachada ventilada em alumínio composto modulável (ACM) com pele de vidro.
Além disso, o layout dos andares prevê a disposição das salas de forma que não estejam voltadas para a via principal.
O isolamento acústico de vedações externas e entre ambientes e o tratamento dos ruídos causados pelos equipamentos também estão entre os recursos que serão aplicados para promover o conforto ambiental do edifício.
Os espaços de utilização prolongada terão acesso à luz do dia; as áreas de circulação serão dotadas de iluminação natural. Às soluções de projeto juntam-se aquelas voltadas para a escolha dos materiais e sistemas.
Estãoprevistos sistema de ar condicionado VRF, utilização de recuperadores de energia e de sensores de presença, nas circulações comuns dos pavimentos.
Parte da energia a ser consumida pela edificação deverá ser gerada por painéis fotovoltaicos, que devem ocupar a fachada posterior da torre. No topo, ao lado do heliponto, parte da cobertura será protegida por vegetação.
Nos estudos para a gestão da água, o projeto propõe a tecnologia de sanitários a vácuo, que reduz em cerca de 54% o consumo anual de água potável da edificação, conforme informações do escritório de arquitetura.
Também estão previstos a captação e o reaproveitamento de águas pluviais para tarefas como a irrigação de jardins, e a utilização de poço artesiano durante a obra e para usos que não exijam potabilidade.
O Syene Corporate terá 32 pavimentos, mais cinco níveis de garagens, sobre o pavimento térreo, que terá lojas para comércio e serviços, e outros três pisos para estacionamento em subsolo, sobre os quais será construído um centro de convenções. No total, serão 80.540 metros quadrados de área edificada.
Ao idealizar o complexo, o consórcio MCC Engenharia, formado pela Método, Consplan e Copasa, já tinha planos de erguer na capital baiana um edifício que ganhasse significado na área de construções sustentáveis.
“Tudo foi previsto e quantificado à exaustão, desde a escolha do terreno, do método construtivo, materiais a serem utilizados, gerenciamento e destinação dos resíduos, até o comprometimento com economicidade e sustentabilidade”, afirma o arquiteto Antônio Caramelo.
Segundo a Fundação Vanzolini, até o mês de junho, além do Syene Corporate, já haviam recebido certificações os projetos do Sinduscon Bahia e Shopping Riomar Recife. Mas existem várias outras solicitações para a região N ordeste, de projetos ainda não certificados.
Edição 75 Agosto de 2012